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domingo, 26 de julho de 2015

SERGIO SANTOS - RIMANCEIRO - 2013- EXCLUS. CSDT



          Mineiro de Varginha, sul de Minas Sergio Santos  é hoje considerado um dos grandes nomes           da musica brasileira com mais de vinte anos de estrada confira sua trajetória.
  • 1982 –  Sérgio Santos começa sua carreira participando do espetáculo “Missa dos Quilombos” de Milton Nascimento.
  • 1983 –  Participa do LP de Milton que registrou o mesmo espetáculo.
  • 1991 – Conhece o poeta Paulo César Pinheiro que vem a se tornar o seu grande parceiro.Com ele compõe mais de 200 músicas, obra cantada por artistas como Leila Pinheiro, Alcione, Fátima Guedes, Lenine, Joyce, Dori Caymmi, Francis Hime, Olívia Hime e Milton Nascimento.
  • 1995 – Lança seu primeiro CD “ABOIO”, com participações de Sivuca e do violonista Raphael Rabello, indicado ao 9º Prêmio Sharp. No mesmo ano “Aboio” é lançado pela gravadora francesa Buda Musique, e distribuído em toda a Europa, EUA e Japão.
  • 1998 – Faz uma turnê percorrendo 8 capitais espanholas e lança pela gravadora Pau-Brasil, (nos EUA, pela gravadora Blue Jackel, na Espanha pela Musimedi e na Alemanha pela Exil Musik), o CD “MULATO”.
  • 1999  – Se apresenta em Los Angeles, no Hollywood Bowl, um dos templos sagrados da música americana e um dos mais importantes palcos do mundo, espetáculo elogiadíssimo pela crítica americana.  Em julho se apresenta em San Francisco, no Herbst Theater.
  • 2000 – Participa no Teatro Municipal, como cantor convidado, da Sinfonia do Rio de Janeiro, de Francis Hime, trabalho registrado em DVD lançado pela gravadora Biscoito Fino. Em 2001 se apresenta no VIII Festival Internacional de Jazz de Lérida, Espanha.
  • 2002 – É contratado pela gravadora Biscoito Fino e lança seu terceiro CD, “ÁFRICO”, com participações do Grupo Uakti, Joyce e Lenine, trabalho que recebeu o Prêmio Rival-BR como o melhor CD do ano.
  • 2003 – Recebe o Troféu Pró-Música, em Belo Horizonte, na categoria melhor compositor. É também o segundo colocado no Prêmio Visa, Edição Compositores, em São Paulo.
  • 2004 – Lança o seu quarto CD, “SÉRGIO SANTOS”, com participações de Francis Hime e Leila Pinheiro.
  • 2005 – participa juntamente com a cantora Joyce do Projeto Pixinguinha, com uma turnê por 8 capitais nordestinas. Também se apresenta em Paris, na sede da UNESCO, como intérprete da Sinfonia do Rio de Janeiro, de Francis Hime, no encerramento do Ano do Brasil na França.
  • 2006 – Se apresenta em Charleston, South Carolina, EUA, no Spoleto USA Festival, um dos mais importantes festivais americanos de música.
  • 2007 – Lança seu quinto CD “IÔ SÔ”, inspirado no congado, com participações de Joyce e Dori Caymmi.
  • 2008 – Faz turnê de 6 shows com grande sucesso por capitais argentinas. Neste mesmo ano, apresenta-se em Punta Del Este, no Uruguai, e na cidade de Torino, na Itália.
  • 2010 – Lança seu sexto CD, “Litoral e Interior”, com participação de Mônica Salmaso. A música que dá nome ao trabalho é indicada ao Grammy Latino como melhor canção brasileira.
  • 2011 – Se apresenta no Japão, no Blue Note Tokyo e no Cotton Club, em uma temporada de 10 shows ao lado da cantora Joyce.
  • 2012 – Prepara o lançamento de seu sétimo CD.
  • 2013 - Lança Rimanceiro







“Rimanceiro” deságua na poesia Roseana


Apenas ela, nua como veio ao mundo: a canção. E apenas dois violões e uma voz para trazê-la à vida. É o suficiente para atestar-lhe a existência. Ela é o grande motivo, aquilo que nos sacia a criação. A ela nos dedicamos nos últimos 20 anos, eu e meu parceiro Paulo César Pinheiro. É um tempo redondo, que justifica ser marcado. Aqui há a nossa primeira música e há também a mais recente, além de uma boa parte do que aconteceu entre uma e outra. O caminho principal da escolha desse repertório, o assunto recorrente, é o mato. O jagunço, a onça, o buritizeiro, a corredeira, a aroeira, o camaleão na cara do curumim. Assim como nos faz sentido continuar a beber da água limpa da canção, também nos move saber que ainda há fora do urbano uma fonte generosa, que é farta para quem quiser buscar mais no fundo, onde há manancial perene, transbordante e cristalino. Esse trabalho, nossa coleção de sons e rimas, é nossa forma de dizer que por todo esse tempo quem nos matou a sede da alma foi ela: a canção brasileira.

http://www.sergiosantos.mus.br

Duas décadas de música e poesia são celebradas em “Rimanceiro” (Biscoito Fino), sétimo álbum do cantor mineiro Sergio Santos que tem suas melodias emolduradas pela poesia do mito Paulo César Pinheiro. O CD apresenta 14 canções, sendo12 inéditas. Totalmente acústico e produzido por Gabriel Pinheiro, Santos divide com Silvio D'Amico os violões.
            Aqui, a fauna, a flora e as águas do sertão de Guimarães Rosa ganham vida e nos fazem trilhar por suas veredas. Em tempos da mutilação da música e poesia por mídias excludentes, ouvir Rimanceiro é ter a certeza de que um outro Brasil, à música de verdade, sobrevive. Vamos juntos nos embrenhar nas melodias poéticas desse grande sertão brasileiro, começando por “Aço e Seda”. Os cheiros, sabores e aromas da Chapada Diamantina vêm através dos dois mestres citados: Paulinho Pedra Azul e Saulo Laranjeira. A segunda canção me remete aos mestres Dominguinhos, Sivuca e Luiz “Lua” Gonzaga, o singular baião “Cabeça Chata”. Ouço nessa pisada o som dos seus foles.
            A poesia da bela canção “Bandeira” é dedicada às cores e à raça de um povo. “Bandeira verde e amarela/Azul e branca bandeira/Raça de cravo e canela/De nome feito em madeira”. Quem de nós já não sofreu por amor? Quantos corações dilacerados encontramos nas sendas da vida. É com uma chuva de lirismo que a música “Coração do Mato” descreve as mágoas de amor, mas, aqui, temperadas de esperança. O convite agora é para mergulhar na pureza da melodia interiorana: o poeta foi buscar nas suas nascentes as palavras certas para acariciar nossos ouvidos em “Canto da Água”. Doze anos se passaram da primeira gravação de “Ganga-Zumbi” no CD Áfrico (Biscoito Fino) e, a cada interpretação, a música ganha mais corpo. Lindo demais...
            A canção que da título a esta obra de arte, “Rimanceiro”, define bem a comunhão de 20 anos entre música e poesia. Nela, o poeta diz: “Tenho muitos versos/Basta me pedires/Sei de um pote cheio/No fim do arco-íris”. Para o nosso bem, que outros 20 sejam comemorados! Uma das músicas que me comovem é “Jagunço”. Ela defende ser o amor capaz de habitar até o mais rude dos homens. Aqui, Santos e Pinheiro desvendam a braveza delicada do homem quem se embrenha na poesia do mato. A África é lembrada mais uma vez em “Kêkêrêkê”, gravada anteriormente em Áfrico, de 2002. Saindo um pouco do sertão Roseano, o artista celebra as tradições indígenas em “Putirum”.
            Foram duas décadas de espera para ser gravada a primeira composição entre Sergio Santos e Paulo César Pinheiro, “Onça Pintada”. Isso nos prova que tudo tem sua hora. As vozes do sertão se ouvem em “Voz da Noite, Voz do Dia”. Quem mora em grandes metrópoles pouco consegue ver as constelações que brilham no céu. Em “Quatro Estrelas” a música nos apresenta as do norte, a cadente, a do sul e a do mar, permitindo-nos viajar a cada nota.
            “Chama-se tempo esse menino forte/E a costureira, pois, chama-se Morte/E o velho cego, então, chama-se Deus” – trecho da poética “Vidência”, que fecha em grande estilo essa audição.
            A dupla já totaliza mais de 250 canções. Sergio, Paulo, música e poesia. Para Sempre.

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