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domingo, 15 de outubro de 2017

LUIZ CELSO E JORGE MURAD - BENS (EXCLUS. CSDT)

Disco independente lançado pela dupla de compositores e musicistas mineiros, em 1986.
 Texto do poeta Gildes Bezerra, extraído do encarte do LP: MUITOS BENS!
 Luiz Celso já integrou os grupos Água Doce e Degrau, ambos de Itajubá. O Jorge, o Grupo Sol, de Brasópolis. Cidades vizinhas. Tons vizinhos. Dispersos os grupos, como já se conheciam musicalmente, juntaram seus violões, suas vozes, suas composições - BENS que há muito tempo possuem - e gravaram este LP. O Jorge, com o Grupo Sol, já havia gravado o "Amanheceu". Luiz Celso tem músicas gravadas por Ivan & Pricila, no LP "Hortelã" e pelo Clóvis Maciel [no LP "Sagrada Estrada"  que como o Ivan e o próprio Luiz Celso é, também, ex-integrante do Água Doce. Enquanto o Jorge faz as suas cantorias brotarem da mineiridade das terras mantiqueiras, Luiz Celso faz as suas raiarem entre ternura, humor e a claridade que se espalha com harmonia sobre os vales e serras do Sul das Gerais. Eles cantam BENS!

1. Bens [Gildes Bezerra/Luiz Celso Carvalho]
2. Estrada de Terra [Jorge Brito Murad]
3. Ventos de Maio [Gildes Bezerra/Luiz Celso Carvalho]
4. Claro [Jorge Brito Murad]
5. De Volta às Galerias [Luiz Celso Carvalho]
6. Amanheceu [Jorge Brito Murad]
7. Velha Estação [Jorge Brito Murad]
8. Recado [Luiz Celso Carvalho]
9. Canto Forte [Gildes Bezerra/Luiz Celso Carvalho]
10. Saudades de Minas [Jorge Brito Murad]
11. Bananíadas [Gildes Bezerra/Luiz Celso Carvalho]
12. Mário [Luiz Celso Carvalho]

Luiz Celso: piano, violão. viola requinta, violão de sete cordas, sintetizador Korg, sintetizador Crumar e voz. Jorge Murad: violão. viola requinta, baixo elétrico, surdo, cuíca (de boca) e voz.

Disco ripado de vinil e remasterizado em 320kbps
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CANTO SAGRADO

DELICIAS DE MINAS


História em fornadas
Criativas porções
No século 19, o estudioso dinamarquês Peter Lund desvendou preciosas riquezas do patrimônio natural da região de Minas que, mais tarde, se tornaria conhecida como Circuito das Grutas. Inspirados pelo espírito desbravador do pai da paleontologia brasileira, os viajantes do Sabores de Minas traçam sua rota por Pedro Leopoldo, uma das cidades desse circuito, a 40 quilômetros da capital. Lá, nossos achados também são de se fazer encantar, quer ver? Primeira parada: Bar do Claudinho. O bom humor ali é tempero fundamental da comida de boteco, que o dono do lugar define com propriedade. “É a comida que se vale de elementos da culinária regional com criatividade”, ensina Cláudio Antônio Pereira. Como prova de sua tese, ele apresenta a porconhoca, uma porção com suculentos pedaços de toucinho e mandioca, escoltados por um inesquecível molho de abacaxi. A pedida é apenas uma das iguarias de uma lista que tem como destaque grande variedade de caldos. Para acompanhar, só mesmo bom papo e risadas fartas. Não está no cardápio, mas certamente o freguês vai encontrar.


Ingredientes :
 1 kg de toucinho de barriga
cortado em cubos

Sal a gosto

3 colheres (sopa) de cachaça

700 g de mandioca cozida e picada em pedaços médios

2 colheres (sopa) de manteiga
de garrafa
Para o molho
1 abacaxi médio descascado e picado

1 colher (sopa) de azeite

1 colher (chá) de gengibre

1 colher (chá) de curry

Como fazer Porconhoca
Temperar o toucinho com sal e cachaça. Em uma panela grande, levar ao fogo a carne, sem óleo, pois o toucinho já solta gordura, mexendo com uma colher, com cuidado para não se queimar. Retirar quando os pedaços estiverem bem dourados e reservar. Em outra panela, aquecer a manteiga de garrafa e pôr a mandioca, mexendo até que doure. Bater o abacaxi no liquidificador. Refogar a polpa com o azeite e pôr o gengibre e o curry, mexendo até ficar consistente. Servir os pedaços de toucinho e mandioca em uma travessa, acompanhados do molho de abacaxi.
(sabores de minas)

Receita fornecida por Cláudio
Antônio Pereira, de Pedro Leopoldo:
(31) 9791-0961

domingo, 1 de outubro de 2017

DO JEQUITINHONHA AO MUCURI (EXCLUS. CSDT)

foto Vilmar Oliveira

Neste ano grandes cantadores e amigos dos vales resolveram juntar para montar um projeto cheio de cantorias e poesias, do vale do Mucuri Pereira da viola e Tau Brasil do vale do jequi Rubinho do vale e Paulinho pedra azul, com shows lotados em varias cidades do Brasil .
Com a ideia desse show resolvi fazer uma coletânea de  canções de cada um, Rubinho do vale foi selecionada canções de seu DVD lançado recentemente com destaque para a canção "Festivale" hino do vale do Jequitinhonha do saudoso poeta maior Verono.
Paulinho Pedra azul selecionei canções tambem ao vivo com arranjos diferente de estudio.
Até meu DVD do show original chegar vamos deliciando com essas cantorias dos vales.
Em breve postarei o show sesc Pompeia SP.

Se vc gostou adquiri os discos originais, valorize a obra do artista.
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CANTO SAGRADO

LUIZ GABRIEL LOPES - O FAZEDOR DE RIOS


 Luiz Gabriel Lopes (ou LG Lopes, como aparece na capa de seu segundo disco solo, “O fazedor de rios”) carrega na fala mineira, na forma de levar a vida e nas canções uma modernidade única, que se conjuga com certo (e bendito) anacronismo setentista hippie. Chico César, admirador confesso e convidado de seu disco, definiu-o bem em entrevista: “Sempre atrás de uma cachoeira, parece que vive num eterno acampamento”. Porém, seja como artista que se lança em temporadas tão aventureiras quanto produtivas pela Europa, seja em seu trabalho com as bandas Graveola e TiãoDuá, seja como um dos idealizadores e produtores do festival Cantautores (em Belo Horizonte), não há nele nada do hippie folclórico, personagem do passado.
— Essa identidade da hippeza nunca veio da minha parte, mas entendo — avalia Lopes. — Não é esse bicho-grilismo pejorativo, de uma preguiça nefasta, de algo estacionado. Uma imagem que eu gosto é a do capiau elétrico. Na verdade sou um matuto, fui criado numa cidade rural, de 10 mil habitantes (Entre Rios de Minas). Vejo que a minha identidade, minha linguagem, talvez esteja firmada sobre isso, eu ter esse substrato, um lance mais matuto, mais capiau, de observação, ao mesmo tempo que tem uma experiência da cidade muito forte em mim. Ainda mais nos últimos anos, quando comecei a viajar, desembolar muito.
A estrada é fundamental para a compreensão da música de Lopes. Foi em Lisboa, para onde foi numa turnê do Graveola, que, ele mesmo diz, “virei compositor”. Ele esteve lá novamente no fim de novembro, apresentando seu novo disco, como que fechando um ciclo — depois de ter atravessado a Europa fazendo música e amigos, tocando em casamentos e festivais, guiado pelo inesperado.
— Aquela primeira vez em Lisboa, com o Graveola, foi muito cabulosa. Fiquei apaixonado, a coisa da ancestralidade, a língua me pega pelo estômago, me arregaça, fico em estado de poesia. Aí falei com a galera: “vou ficar”. Fiquei três meses, e surgiu assim meu primeiro disco (“Passando portas”, 2010), que foi composto, gravado, produzido e lançado nesse tempo.
A história de “O fazedor de rios” tem um tempo muito mais dilatado que o de “Passando portas”. São canções anteriores a 2012 (apenas uma é de 2013, a simbólica “Oração a Nossa Senhora da Boa Viagem”), que foram reunidas e vagarosamente transformada em disco ao longo dos últimos anos, “nas brechas do cotidiano”, como explica Lopes no texto do encarte.


Juntas, as canções — atravessadas por um lado “pela questão do amor, do feminino” e, por outro, “pela ideia da cidade, da narrativa urbana” — soam coesas, apesar de suas origens dispersas. Foi fundamental nisso, ele conta, a participação dos músicos que o acompanham. Cruzando arranjos de sopro de leveza densa com percussões de acento baiano (em algum lugar, há uma conversa com “Livro”, de Caetano Veloso), a sonoridade do disco tem o violão como centro tranquilo — e a participação de colegas da nova cena mineira, como Gustavito, Laura Catarina, Rafael Martini e Felipe José.
O MERCADO E A MISSÃO
Lopes já tem as canções para o próximo disco prontas. Sua ideia é buscar uma sonoridade mais enxuta, explica com um olhar determinado tanto por seu hippismo quanto pelo pragmatismo, ambos reais e fortes.
— Sou ligado em mercado, carreira, sucesso, download, capa de jornal e gosto de me colocar nisso de forma a garantir meu arroz com feijão. Mas o que me move, e talvez aí esteja minha maior hippeza, é a sensação de que tenho algo a fazer, uma missão, para falar algo clichê, e posso fazer através da musica. Sou religioso, pratico reza, contato com a transcendência. Mas ao mesmo tempo sou um cara pragmático demais, sei como é a sociologia toda. É um equilibrio que é uma corda bamba.