O primeiro trabalho solo da cantora e musicista mineira Juliana Perdigão
reúne 13 faixas com composições de vários músicos, cantores e
compositores parceiros como Pablo Castro, Thiavok, Maurício Ribeiro,
Mateus Bahiense, Makely Ka, Flávio Henrique, Rômulo Fróes, Carlos
Careqa, Tulipa Ruiz entre outros.
Não é comum receber um disco de uma cantora e ouví-la, logo na primeira faixa, em sopro vigoroso num naipe composto por clarone, clarineta e flauta. É assim que Juliana Perdigão se apresenta na abertura de seu disco, dizendo, de pronto, não se tratar de uma artista comum. Seria um disco de cantora? Seu “Álbum Desconhecido” embute a pergunta no nome e a faz atravessar por um repertório de canções inéditas de artistas incomuns como ela, Juliana. Afinal, também não é sempre que temos dentre os músicos acompanhantes da cantora em foco, os compositores das canções. E se isso não é suficientemente raro para ser digno de comentário, não seria lúcido deixar de mencionar que esses compositores respondem pelos arranjos, por reconhecerem que sua verve pode e deve ser estendida a toda a trama que constitui a canção.
Para quem conhece a trajetória da cantora, não há surpresas nesse cruzamento de funções, valores, potencialidades. Em seu álbum de estréia Juliana nos brinda com seus talentos, que incluem , além da voz, a habilidade com os instrumentos de sopro e um pouco de violão. Integrante de grupos de choro, samba e rock, ao mesmo tempo pode ser vista em palcos de punkrock ou jazz, e com a mesma naturalidade com que urra uma canção de Tom Waits, nos apresenta a mais nova pérola de Paulo Cesar Pinheiro. Natural que ela atraia e dialogue com gente que tem também o leque aberto para a experimentação. Desde a concepção visual do disco (Cao Guimarães e Máximo Soalheiro, artistas de imagens) até as participações especiais (André Abujamra, Nailor Proveta, Rômulo Fróes, Benjamim Taubkin, Carlos Careqa), temos nesse “Álbum” a chance de ir aos poucos desvendando a singularidade dessa artista tanto desconhecida quanto interessante.
Contribui para a unidade do disco a integração entre os músicos da banda. Percebe-se logo que não foram reunidos circunstancialmente. Não se elabora arranjos como os que são apresentados em dois ou três ensaios, na verdade passaram-se alguns meses de muito convívio, viagens, entendimento, desentendimentos, alternâncias entre bons e maus momentos. Tal como a vida, não há fórmulas e tudo se faz necessário: se encontrar sem motivos, tocar qualquer coisa, trabalhar, passear. Aí sim, temos um trabalho que decorre da essência. E a essência de Juliana é antes e depois de tudo musical. Talvez essa seja a senha para entender sua presença em meio a tantas cantoras que se apresentam a nós: seu canto é pela música, seu sopro oxigena a incansável música em sua tarefa de renascer todo dia em um novo rosto desconhecido a quem ela, música, generosamente retribui com uma identidade inconfundível e um nome para ser lembrado: Juliana Perdigão.
texto: kristoff silva
Se vc gostou adquiri o original, valorize a obra do artista.
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CANTO SAGRADO
Não é comum receber um disco de uma cantora e ouví-la, logo na primeira faixa, em sopro vigoroso num naipe composto por clarone, clarineta e flauta. É assim que Juliana Perdigão se apresenta na abertura de seu disco, dizendo, de pronto, não se tratar de uma artista comum. Seria um disco de cantora? Seu “Álbum Desconhecido” embute a pergunta no nome e a faz atravessar por um repertório de canções inéditas de artistas incomuns como ela, Juliana. Afinal, também não é sempre que temos dentre os músicos acompanhantes da cantora em foco, os compositores das canções. E se isso não é suficientemente raro para ser digno de comentário, não seria lúcido deixar de mencionar que esses compositores respondem pelos arranjos, por reconhecerem que sua verve pode e deve ser estendida a toda a trama que constitui a canção.
Para quem conhece a trajetória da cantora, não há surpresas nesse cruzamento de funções, valores, potencialidades. Em seu álbum de estréia Juliana nos brinda com seus talentos, que incluem , além da voz, a habilidade com os instrumentos de sopro e um pouco de violão. Integrante de grupos de choro, samba e rock, ao mesmo tempo pode ser vista em palcos de punkrock ou jazz, e com a mesma naturalidade com que urra uma canção de Tom Waits, nos apresenta a mais nova pérola de Paulo Cesar Pinheiro. Natural que ela atraia e dialogue com gente que tem também o leque aberto para a experimentação. Desde a concepção visual do disco (Cao Guimarães e Máximo Soalheiro, artistas de imagens) até as participações especiais (André Abujamra, Nailor Proveta, Rômulo Fróes, Benjamim Taubkin, Carlos Careqa), temos nesse “Álbum” a chance de ir aos poucos desvendando a singularidade dessa artista tanto desconhecida quanto interessante.
Contribui para a unidade do disco a integração entre os músicos da banda. Percebe-se logo que não foram reunidos circunstancialmente. Não se elabora arranjos como os que são apresentados em dois ou três ensaios, na verdade passaram-se alguns meses de muito convívio, viagens, entendimento, desentendimentos, alternâncias entre bons e maus momentos. Tal como a vida, não há fórmulas e tudo se faz necessário: se encontrar sem motivos, tocar qualquer coisa, trabalhar, passear. Aí sim, temos um trabalho que decorre da essência. E a essência de Juliana é antes e depois de tudo musical. Talvez essa seja a senha para entender sua presença em meio a tantas cantoras que se apresentam a nós: seu canto é pela música, seu sopro oxigena a incansável música em sua tarefa de renascer todo dia em um novo rosto desconhecido a quem ela, música, generosamente retribui com uma identidade inconfundível e um nome para ser lembrado: Juliana Perdigão.
texto: kristoff silva
Se vc gostou adquiri o original, valorize a obra do artista.
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CANTO SAGRADO
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