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segunda-feira, 13 de maio de 2019

CLUBE DA ESQUINA 2

Por Givas Demore
Clube da esquina II
Clube da esquina II, de Milton Nascimento, Lô Borges e Marcio Borges.

Está canção, de forma instrumental, foi gravada pela primeira vez no Lp  “Clube da Esquina”, de 1972. A melodia foi composta por Milton Nascimento e Lô Borges. O seu nome é clube da esquina II, porque já existia outra canção chamada clube da esquina que havia sido gravada no disco “Milton” em 1970. A letra foi composta por Márcio Borges, irmão de Lô Borges, a pedido de Nana Caymmi no final dos anos 70 (Fonte: BORGES, Marcio. Os Sonhos não envelhecem: Histórias do Clube da Esquina. 2ªed. São Paulo: Geração Editorial, 1996).

Em meio ao regime militar uma flor exala seu perfume e colore um jardim de galhos secos com suas pétalas. Essa flor é o clube da esquina.

“Porque se chamava moço
Também se chamava estrada
Viagem de ventania
Nem lembra se olhou pra trás
Ao primeiro passo, aço, aço”

Nessa estrofe Marcio Borges, letrista,  relata o percurso, a estrada, que eles trilham em meio ao caos que assola seu momento histórico: O regime militar e as diversas mudanças e manifestações que ocorriam no país em decorrência da mudança de regime político. Eles eram novos, mas estavam numa longa estrada, numa viagem envolvida por uma grande ventania, que representa as tribulações. Logo no início da caminhada: armas, repressão e violência.

“Porque se chamava homem
Também se chamavam sonhos
E sonhos não envelhecem
Em meio a tantos gases
lacrimogênios
Ficam calmos, calmos, calmos”
E lá se vai mais um dia

Eram homens cheios de sonhos vividos e presentes e, mesmo em meio à guerra, mantinham-se firmes e fiéis às suas convicções. Os dias se passam, “e lá se vai mais um dia”, e é preciso conviver, mante-se firme para superar a realidade e continuar com as próprias aspirações.


“E basta contar compasso
e basta contar consigo
Que a chama não tem pavio
De tudo se faz canção
E o coração
Na curva de um rio, rio...
E lá se vai mais um dia”.

Basta fazer música, tocar um instrumento e contar com alguém que nos apoia ou até mesmo com a música que a esperança se mantém vívida e acesa. Essa chama, que é a esperança, se acende independente de uma provocação, segundo os autores.

Márcio Borges expressa que a música é um “quadro” para se pintar qualquer paisagem: “de tudo se faz canção”. O centro da estrofe é a ideia de que é preciso continuar a compor mesmo que o coração se compare a curva de rio (expressão que denota confusão, dificuldade). O autor revela o quanto os seus corações sofrem com toda a situação existente. Mas mesmo na dificuldade é preciso continuar a compor, a ter esperança, a viver. A repetição da palavra rio é só um recurso que auxilia a métrica da canção. A repetição de “e lá se vai mais um dia” é o reflexo da resistência e de que a vida precisa seguir.

“E o Rio de asfalto e gente
Entorna pelas ladeiras
Entope o meio fio
Esquina mais de um milhão
Quero ver então a gente,
gente, gente...”

O autor utiliza uma metáfora para dizer que pelas ladeiras, ruas e estradas se veem muitas pessoas se aglomerando em torno de algum objetivo. São tantas pessoas que não cabem nas ruas. Elas ocupam até os meios-fios. São muitas manifestações: contra o aumento dos preços, crise tributária e greves sindicais que eclodiram no Brasil naquele período.

Os dois últimos versos: “Quero ver então a gente, gente, gente” são uma aprovação dessa luta. O autor indiretamente afirma que quanto mais gente melhor para as manifestações.

 
* Músico, cantor e compositor, licenciado em música, especialista em educação musical e mestrando em Música (UnB) – givas.demore@gmail.com

Como um apaixonado pelo clube da esquina resolvi fazer uma coletânea de varias versões da musica "clube da esquina 2"  com vários interpretes e músicos, musica que considero uma das mais belas canção feitas no mundo.
Espero que todos gostem e boa viagem.

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CANTO SAGRADO

domingo, 5 de maio de 2019

ANA CRISTINA - COLETANEA CANTO SAGRADO

Ana Cristina nasceu em João Monlevade/MG, mas considera-se Itabirana.
Radicada em Belo Horizonte desde 1981, Ana é cantora, compositora, publicitária, agitadora e produtora cultural.

Em 1980, participou do Primeiro Festival da Canção de Itabira, com a canção Vento forte, parceria com Lourival Drummond. O seu primeiro show solo foi em 1984, intitulado Doce Presença (Teatro Marília de BH, Projeto Trampolim da cantora e professora Babaya,

Iniciou a carreira profissional em 1986 e, desde então, conquistou reconhecimento do público e da crítica, com o recebimento de diversos prêmios. Sua música já foi ecoada em países como Portugal, Itália e Bélgica.

A valorização da leitura e da cultura que a artista promove através de sua arte merece aplausos. A arte adquire função social e solidifica a cidadania.

Seu novo lançamento  Sobre O Tempo, reunião de canções de diversos compositores brasileiros que falam sobre o tempo.

Tive o privilegio de assistir um belíssimo show e desde então um fã incondicional.
O Canto Sagrado disponibiliza a todos uma coletânea de belíssimas canções  na voz doce dessa grande diva da musica brasileira.

*Musicas retiradas dos discos
Outras Esquinas / Poemas Musicados / A Ponte / Sobre o Tempo
Também foi incluídas musicas retiradas de shows ao vivo.

Se vc gostou adquira os discos originais valorize a obra do artista.

anacantora1@gmail.com

https://www.sobreotempo.com

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CANTO SAGRADO