Clube da esquina II
Clube da esquina II, de Milton Nascimento, Lô Borges e Marcio Borges.
Em meio ao regime militar uma flor exala seu perfume e colore um jardim de galhos secos com suas pétalas. Essa flor é o clube da esquina.
“Porque se chamava moço
Também se chamava estrada
Viagem de ventania
Nem lembra se olhou pra trás
Ao primeiro passo, aço, aço”
Nessa estrofe Marcio Borges, letrista, relata o percurso, a estrada, que eles trilham em meio ao caos que assola seu momento histórico: O regime militar e as diversas mudanças e manifestações que ocorriam no país em decorrência da mudança de regime político. Eles eram novos, mas estavam numa longa estrada, numa viagem envolvida por uma grande ventania, que representa as tribulações. Logo no início da caminhada: armas, repressão e violência.
“Porque se chamava homem
Também se chamavam sonhos
E sonhos não envelhecem
Em meio a tantos gases
lacrimogênios
Ficam calmos, calmos, calmos”
E lá se vai mais um dia
Eram homens cheios de sonhos vividos e presentes e, mesmo em meio à guerra, mantinham-se firmes e fiéis às suas convicções. Os dias se passam, “e lá se vai mais um dia”, e é preciso conviver, mante-se firme para superar a realidade e continuar com as próprias aspirações.
“E basta contar compasso
e basta contar consigo
Que a chama não tem pavio
De tudo se faz canção
E o coração
Na curva de um rio, rio...
E lá se vai mais um dia”.
Basta fazer música, tocar um instrumento e contar com alguém que nos apoia ou até mesmo com a música que a esperança se mantém vívida e acesa. Essa chama, que é a esperança, se acende independente de uma provocação, segundo os autores.
Márcio Borges expressa que a música é um “quadro” para se pintar qualquer paisagem: “de tudo se faz canção”. O centro da estrofe é a ideia de que é preciso continuar a compor mesmo que o coração se compare a curva de rio (expressão que denota confusão, dificuldade). O autor revela o quanto os seus corações sofrem com toda a situação existente. Mas mesmo na dificuldade é preciso continuar a compor, a ter esperança, a viver. A repetição da palavra rio é só um recurso que auxilia a métrica da canção. A repetição de “e lá se vai mais um dia” é o reflexo da resistência e de que a vida precisa seguir.
“E o Rio de asfalto e gente
Entorna pelas ladeiras
Entope o meio fio
Esquina mais de um milhão
Quero ver então a gente,
gente, gente...”
O autor utiliza uma metáfora para dizer que pelas ladeiras, ruas e estradas se veem muitas pessoas se aglomerando em torno de algum objetivo. São tantas pessoas que não cabem nas ruas. Elas ocupam até os meios-fios. São muitas manifestações: contra o aumento dos preços, crise tributária e greves sindicais que eclodiram no Brasil naquele período.
Os dois últimos versos: “Quero ver então a gente, gente, gente” são uma aprovação dessa luta. O autor indiretamente afirma que quanto mais gente melhor para as manifestações.
* Músico, cantor e compositor, licenciado em música, especialista em
educação musical e mestrando em Música (UnB) – givas.demore@gmail.com
Como um apaixonado pelo clube da esquina resolvi fazer uma coletânea de varias versões da musica "clube da esquina 2" com vários interpretes e músicos, musica que considero uma das mais belas canção feitas no mundo.
Espero que todos gostem e boa viagem.
Download
CANTO SAGRADO
Como um apaixonado pelo clube da esquina resolvi fazer uma coletânea de varias versões da musica "clube da esquina 2" com vários interpretes e músicos, musica que considero uma das mais belas canção feitas no mundo.
Espero que todos gostem e boa viagem.
Download
CANTO SAGRADO
Concordo contigo! Muito obrigado!!!!!!
ResponderExcluirObrigado!
ResponderExcluir