Ora utilizando-se de instrumentos regionalistas como a viola caipira, ora usufruindo de novas tecnologias como os samplers de programações eletrônicas Puhler constrói um álbum de inusitada dialética e narrativa que persegue a linearidade. "Foi concebido pra ser escutado como uma peça única, permitindo o diálogo entre as faixas, preferencialmente com fones de ouvido e num ambiente que não ofereça interrupções." sugere Bernardo.
Nas 12 faixas, todas de sua autoria, canta, toca violão, viola caipira, piano, flauta transversal, baixo, percussões e programações eletrônicas. Mas conta também com a presença de notáveis talentos da nova cena musical mineira. Alexandre Andrés, Frederico Heliodoro, Rodrigo Lana e Yuri Vellasco participam de várias faixas do disco que foi gravado, mixado e masterizado pelo próprio Bernardo sob a supervisão de César Santos, Arthur Damásio e Kiko Klaus. No encarte a fotografia de André Dib, referência em imagens de montanhas no Brasil.
Canções e temas instrumentais se sucedem conduzindo o ouvinte a um universo ermo e misterioso. A proposta no entanto, cede espaço para abordagens curiosas. Enquanto a faixa "Aracy" discursa sobre a vida da segunda esposa de Guimarães Rosa, "Pam" oferece reflexão a respeito da dependência de medicamentos ansiolíticos.
Este disco, pra ninguém escutar, aqui está. Não por
egoísmo, mas certamente também não me cabe dizê-lo altruísta, não é. O
"Guará Negro" respeita e expõe minha intimidade, diz mais de mim do que
eu poderia dizer de qualquer outra maneira. Impõe o ego no centro, no
entanto servindo mais por desconstrução que vaidade. É próprio, e por
isso o manifesto de um indivíduo só. Se antes desconfiava de uma
resposta do grande público pra minhas coisas, agora essa é uma verdade, e
assumi-la me liberta em definitivo. Eu o fiz pra minha própria escuta,
meu estetoscópio.
As escolhas alem de livres foram libertinas, propositadamente. Enquanto bicho, posso ignorar deliberadamente a tudo, menos a minha própria natureza. Quem o percorre lida com o sombrio, o bucólico, o ermo e o misterioso, mas me encontra resistentemente guarnecido de esperança. É que não me aceito oferecendo algo que não seja o bem pras outras pessoas e pro ambiente a minha volta. Eu sou este, latindo numa noite escura, arranhando as árvores de maneira agressiva, arrastando o sonho desfigurado pelo caminho, ainda assim não me falte fôlego pra sonhar profundo. Nem vontade pra reagir ao medo. Intento.
As escolhas alem de livres foram libertinas, propositadamente. Enquanto bicho, posso ignorar deliberadamente a tudo, menos a minha própria natureza. Quem o percorre lida com o sombrio, o bucólico, o ermo e o misterioso, mas me encontra resistentemente guarnecido de esperança. É que não me aceito oferecendo algo que não seja o bem pras outras pessoas e pro ambiente a minha volta. Eu sou este, latindo numa noite escura, arranhando as árvores de maneira agressiva, arrastando o sonho desfigurado pelo caminho, ainda assim não me falte fôlego pra sonhar profundo. Nem vontade pra reagir ao medo. Intento.
*(Bernardo do espinhaço)
Recomendo !!!
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