Na expressão desses valores
muitos artistas acabam por abarcar de corpo e alma neste contexto e,
munidos da sensibilidade que se é exigida, conseguem através de uma
perspicácia ímpar traduzir tudo isso em letras, poesias e canções.
Alguns nomes destacam-se neste contexto e acabam por tornar-se
referência como é o caso deste artista nascido em Belo Horizonte que deu
início a sua carreira em 1991 com os grupos Pára folclóricos Congá e
Sarandeiros, ambos da UFMG e com o grupo musical Minadouro. Cantor,
compositor, violeiro, pesquisador da cultura popular e contador de
estórias, Victor Batista traz em sua bagagem diversas experiências para
contar ao longo das mais de duas décadas dedicadas à música. Apesar do
Curso técnica Vocal – Canto Lírico pela UEMG foi na viola que
realizou-se e hoje traz no currículo, dentre outras vivências, a
participação em diversos projetos, dentre os quais a participação na
Orquestra Mineira de Viola e a produção e participação em vários
projetos culturais pelo Brasil e exterior com os Grupos Quinteto Popular
e Camerata Caipira.
Atualmente radicado em
Pirenópolis (GO) e com três álbuns lançados (o primeiro intitulado “Além
da Serra do Curral” e lançado em 2004), Batista exerce inúmeras
atividades voltadas para a música, dentre as quais um excelente trabalho
como arte educador para crianças como iniciador à flauta doce; além de
lecionar a viola caipira e o violão para jovens e adultos e vem
procurando ao longo de sua carreira não deter-se a estigmas e rótulos,
procurando compreender a essência da música brasileira de um modo
bastante contemporâneo a partir dos mais variados temas, dentre eles as
questões ecológicas. Pelo Brasil já este presente em diversos eventos
levando em seu canto e na execução do seu instrumento um pouco das
profundas raízes culturais do nosso país. Soma-se ao seu portfólio
destacam-se o Encontro de Violeiros – Ribeirão Preto, Outono na Serra –
Serra do Cipó, Virada Cultural de São Paulo , Projeto FUNARTE Interações
Estéticas – “O Tao do Quintal” Uma Opereta Caipira Contemporânea –
Pirenópolis -GO; 36° Festival de inverno de Itabira – MG, XIII Canto da
Primavera 2012 – Pirenópolis – GO, Premio Rozini de Excelência em viola
Caipira – BH; Flipiri 2011 – Pirenópolis – GO, Fórum Social Temático
2012 – Porto Alegre – RS. Ainda consta no currículo do artista mineiro a
direção e participação nos CD’s: “Concerto Caipira” da Orquestra
Mineira de Violas-2005; CD do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra,
intitulado “Cantares da Educação do Campo”- 2007 entre outras
participações. Dentre os títulos de sua discografia ainda enumera-se
dois projetos fonográficos: um lançado em 2012 junto à cartilha sobre
Educação Ambiental da WWF cujo título “En’cantando com a Biodiversidade”
e o mais recente, lançado em 2013, batizado de “Manchete do tico-tico”.
“Manchete do tico-tico” conta
participações de vários artistas da cidade na qual o artista encontra-se
radicado como o violonista Jerônimo forzani, o baterista Ricardo de
Pina e o percussionista Sandro Alves. O projeto ainda conta com Mikaell,
João e Miriam Colombini; Yasmim Queiroz, Rafael Augusto Nascimento
Martins, Rudah Ribeiro, Simone Silva, Elaine Nascimento Rodrigues, Leif
Illuvatar e das alunas do Centro de Artes e Música Ita e Alaor,
preparadas pela professora de canto Mariangela Alves da Silva ao longo
dos treze temas presentes no álbum. Essas canções apresentam temas
diversos tendo sempre a viola como primeiro plano como é o caso das
instrumentais “Natureza do Cerrado” (de autoria do próprio Victor), o
medley “Mulher Rendeira” (domínio público) e “Asa Branca” (Luiz Gonzaga e
Humberto Teixeira) e”Liberdade erudita: Beethoven e Vivaldi”.
As dez faixas restantes abordam
as raízes culturais mineiras como os pontos de capitão da guarda
municipal do município mineiro de São Benedito; a fauna brasileira a
partir de faixas como “Sementes” (em parceira com Marta Narciso) e a
parceria com de Batista com João Bá que dá título ao disco procurando
enaltecer um dos pássaros mais conhecidos e estimados do Brasil. Rincões
como a Serra dos Pireneus não deixa de ser lembrado em faixa de mesmo
nome, além dos costumes e paisagens interioranas que no disco são
representados pelos versos e melodia do cantor e compositor tocantinense
Juraildes da Cruz na faixa “Vida no Campo”. Os fenômenos da natureza
são lembrados em “Alvorada a aurora” (parceria com Pipo Neves) e “Céu
mais lindo”. O disco ainda conta com uma composição de Luiz Perequê
(“Orelha de pau”), uma faixa em espanhol “Solo el amor”, parceria do
artista mineiro com Luis Enrique Mejia Godoy e “A peleja de Aninha
contra o Reino da tirania”, parceria com o poeta cearense João Bosco
Bonfim.
“Aqui
predomina o violão mas tem violeiros também”, diz a respeito da vida
musical da pequena cidade, onde também mora o violeiro goiano Marcos
Biancardini, apontado pela crítica como um dos discípulos do mestre
mineiro do instrumento, Renato Andrade (1932-2005). Como gosta de
lembrar o violeiro mineiro, a cultura popular não tem fronteiras. “Ela vai ligando um elemento ao outro, como a natureza”, conclui o inspirado Victor Batista.DOWNLOAD:
CANTO SAGRADO
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