Aprendi a tocar viola no sertão do Urucuia, Minas Gerais. Larguei a
Faculdade de Jornalismo em 1977 e, depois de ler o livro "Grande Sertão:
Veredas", de João Guimarães Rosa, fui embora para o Urucuia, querendo
saber qual era o som desse grande sertão.
Antes disso, já tocava violão e guitarra. Estudei no CLAM, escola dirigida pelo Zimbo Trio.
Morei dois anos no Urucuia, em um povoado chamado Porto de Manga.
A três quilômetros dali (meia légua), na Taboca, conheci Manoel de
Oliveira, seu Manelim, grande violeiro, que passou a ser meu mestre.
Convivi
com seu Manelim e família, passei algumas temporadas em sua casa.
Durante o dia trabalhava em sua roça, e à noite me ensinava viola. Nesta
época mexemos com plantio de arroz na vazante. Claro que tive muito
mais benefício com o que me ensinou, do que seu Manoel com meu serviço
de roça. Nunca havia encostado em uma enxada, mas me esforcei bastante
trabalhando a terra. O entardecer tocando viola no terreiro, acordar no
inverno e ir para uma fogueira improvisada junto com seus filhos
enquanto dona Vicentina preparava o café com biju, ou ficar olhando a
roça e deixar o pensamento correr, calaram fundo em minha alma violeira.
Volto regularmente para o Urucuia e, para minha grande honra, sou
chamado a fazer parte das Folias de Reis, uma experiência fundamental
para quem quer ser violeiro.
Em 1980 voltei para São Paulo e não conseguia colocar em música
toda essa experiência. Continuei os estudos, tendo aula de violão
clássico com Henrique Pinto. Sou fã do Henrique, ele teve tanta
paciência comigo... e me ensinou muito também sobre a viola.
Nesta época integrei o grupo de teatro VENTO FORTE, na primeira
montagem em São Paulo de Histórias de Lenços e Ventos, de Ilo Krugli,
que ganhou os prêmios MAMBEMBE e A.P.C.A. de melhor espetáculo infantil
do ano.
Com o Vento Forte fiz uma excursão pela Europa. Não posso ver uma
novidade... em seguida mudei para Paris. Estudei violão clássico com o
mestre uruguaio Betho Davesaky, ganhei até uma medalha no "Concours des
Classes Supérieurs de Paris".
Um dia, Betho me pediu para tocar viola. E foi direto: "Te dou
aula de violão, mas o teu instrumento é a viola!" Ainda levei alguns
anos para perceber que ele estava certo.
Paralelamente aos estudos, excursionei pela Europa e Norte da
África com grupos de música brasileira. Tocava samba e as mulatas
dançavam. Na verdade, foram dois anos e meio em que me diverti muito.
A viola foi ganhando espaço. De volta ao Brasil fiz trilhas para
episódios de séries da TV Globo, como Malu Mulher e Obrigado Doutor.
Toquei as violas e participei da composição da trilha da minissérie
Grande Sertão: Veredas, também da TV Globo.
Compus trilhas especiais para o programa GLOBO RURAL. As matérias
que musiquei: Escola de Peão e O Umbu, ganharam os prêmios WLADIMIR
HERZOG e FEBRABAN, respectivamente.
Realizei uma turnê de viola-solo pela Europa, apresentando-me em festivais de World Music da Bélgica e Holanda, em 1995.
Na década de 90 lancei três livros, os romances: CANTO DOS PASSOS (1988) e ZÉ QUINHA E ZÉ CÃO, vai ouvindo...(1993), pela editora Guanabara e a biografia EU NASCI NAQUELA SERRA
(1996), sobre os compositores paulistas Angelino de Oliveira, Raul
Torres e Serrinha, lançado pela editora Paulicéia. Narrando a vida
destes grandes compositores (autores de "Tristezas do Jeca", "Saudades
de Matão", "Cabocla Tereza", "Chitãozinho e Xororó", entre muitas
outras), é contada a história da música caipira, até a transformação
desta no gênero sertanejo.
Sou colaborador da revista CAROS AMIGOS.
Tive minha primeira e última experiência em jornalismo diário
como redator e repórter do jornal NOTÍCIAS POPULARES, em São Paulo,
atuando na área de Variedades. É um tipo de trabalho que te afasta da
viola.
Swami Júnior é meu parceiro. Temos algumas músicas, entre elas: "BOM DIA", gravada por Zizi Possi e Virgínia Rosa.
Gravei meu primeiro CD solo, “Rio Abaixo – viola brasileira”, independente, que recebeu o PRÊMIO SHARP, de reve lação instrumental, em 1995/96.
O segundo CD foi “São Gonçalo”,
pelo selo Pau Brasil, em 1998. Este CD foi relançado
por meu selo, Vai Ouvindo, em 2013. E está sendo
distribuído digitalmente pela Tratore.
Wandi
Doratiotto e eu temos um duo, a "Dupla Personalidade", já fizemos shows
em um tanto de lugar. Trabalhar com o Wandi é diversão garantida!
Fui integrante da Orquestra Popular de Câmera, que teve seu
primeiro CD lançado em dezembro de 1998. Este CD recebeu o prêmio
Movimento, como melhor disco do ano.
Não gosto de estúdio, mas acabei produzindo o CD "Feito na Roça", da Orquestra de Viola Caipira de São José dos Campos, e o CD "Ana Salvagni", desta cantora.
Andei participando de discos de diferentes artistas brasileiros, como: Arnaldo
Antunes, Luiz Tatit, Maurício Pereira, Mônica
Salmaso, Ana Salvagni, Titi Walter, Pereira da Viola,
Levi Ramiro, Edson Natale, Swami Júnior, Isa
Taube, Bráz da Viola, Passoca, Fábio Tagliaferri,
Chico Salem, Hélio Sziskind, Carlos Careqa, grupo
Corpo, entre outros.
Em 1999, entrei para o grupo ANIMA. Gravamos o CD "Especiarias", e
fizemos shows pelo Brasil e Estados Unidos. O grupo recebeu o prêmio
Carlos Gomes de melhor grupo de câmara de 2000.
O livro e CD "Lambe-Lambe"
veio amadurecendo com o tempo, até que ficou pronto em julho de 2.000,
pela Editora Casa Amarela. São retratos em forma de causos de pessoas
que admiro: sertanejos, criadores de saci, poeta-jardineiro, São
Gonçalo, capeta etc. O CD é a versão tocada dos causos escritos.
Dividi com o amigo violeiro Roberto Corrêa uma coluna na revista
Globo Rural, contando causos, falando sobre viola e o sertão, de 2000
até 2002.
Em 1999 nasceu minha filha, a Laura, e, em 2001, meu filho, o
Augusto. Sem dúvida alguma o que tem de melhor na vida é cuidar dos
meninos.
Ah, a mãe dos meninos, minha esposa, é a cantora e regente Ana
Salvagni. Tenho certeza que só por causa dela é que os meninos nasceram
tão bonitos assim.
O instituto Itaú Cultural lançou em 2.001 uma série de CDs
gravados ao vivo, chamada "Rumos Musicais". Tem uma participação minha
com o violonista Paulo Porto Alegre.
Fizemos uma versão do "Mosquitão", e um movimento de uma sonata
que o Paulo dedicou a mim: a "Sonata para viola caipira e violão".
Quanta honra! Agora estamos querendo gravar este trabalho na íntegra.
Fiz uma versão do Boi da Cara Preta para a coletânea “Papa's
Lullaby”, do selo americano Ellipsis Arts. Chique, né? São canções de
ninar de vários países, na versão dos pais. Ô servicinho bom, foi só
pensar na criançada e pegar na violinha. Aí chamei o violonista,
compositor e também cantor Zé Esmerindo para fazer o vocal. O diretor
artístico do selo sugeriu que eu cantasse, além de tocar viola. Achei
bem melhor que fosse o Zé, porque minha voz ali no disco em vez de
ninar ia acordar a criançada do mundo todo. O CD ganhou o prêmio Silver
Parentes Choice, nos Estados Unidos.
Excursionei com os violeiros Roberto Corrêa e Badia Medeiros em
2002, pelo projeto Sonora Brasil. Foram 36 cidades de oito estados
brasileiros. Quando o Roberto me convidou, fiquei meio cismado. Afinal
ficar longe de casa quase dois meses, sabia que iria ser muito duro, com
os filhos pequenos e tal, ai ai ai. Claro que morri de saudades, mas
por outro lado gostei demais! Conhecer o Brasil, ver o tanto de arte
sendo produzida em nosso país, com tamanha qualidade, poder mostrar
nossa violinha do Oiapoque ao Chuí, foi uma maravilha. E mais, segundo o
Badia, neste encontro foi colocada a amizade de nós três dentro de um
cofre e depois jogamos a chave fora, pois realmente estamos
completamente juntos.
Desta viagem rendeu o CD "Esbrangente", lançado em abril de 2003. Fizemos mais um tanto de shows pelo Brasil. E agora estamos finalizando um DVD.
Gravei as violas para o filme "Deus é Brasileiro", de Cacá
Diegues. No CD que a Sony lançou com a trilha do filme, estranhamente
aparece na faixa "Melodia Sentimental", que gravei junto com o Siba
(viola e rabeca), o seguinte crédito para os intérpretes: Instrumental.
Para quem produziu este encarte na dita gravadora parece que não tem
ninguém atrás dos instrumentos.
Escrevi o ensaio A Música dos causos, para o livro “Literatura e Música”, lançado pela Editora Senac.
Nos
anos de 2003, 2004, 2005, 2007, 2010, 2011 e 2013 participei
de um projeto muito importante, o “Baú
de Histórias”, do SESC Santa Catarina.
O SESC tem um trabalho de formação de
contadores de história, com oficinas, encontros
e espetáculos rodando o Estado. É acreditar
na força da tradição oral, contada
de pai para filho, através dos tempos, com a
força que esse movimento gera.
Em 2003 lancei o CD "Brincadeira de Viola".
Desde que a Ana ficou grávida, pude ir mergulhando no universo da
criança, do tempo que eu era menino até chegar à contação de causos no
quarto da garotada. Como vou explicar o que acontece dentro da gente?
Nem precisa, né? Eu sei que vocês entendem. Fui brincando com a viola,
ponteando as músicas que povoam nossa infância, tanto na capital como
nos sertões e pronto. Convidei um tanto de amigo para participar da
gravação do CD, dá só uma olhada aqui no site mesmo. Brincadeira de
Viola foi lançado no belíssimo teatro Politheama, em Jundiaí, no dia 11
de outubro. Foi uma grande alegria.
Ainda neste ano de 2003 fizemos o CD "Vai Ouvindo"
- junto com meu amigo de fé e irmão camarada Adriano Busko, na
percussão e vocal, e meu irmão camarada e amigo de fé Tuco Freire, no
baixo elétrico e acústico. O repertório foi sendo montado em nossos
shows e conversas. Resolvi colocar as violas turbinadas em algumas
faixas. Ouvi muito Jimi Hendrix e fiz um bombardeio em Canudos,
repetindo o que ele havia feito com o hino americano bombardeando o
Vietnã. Claro que gravamos um “quatro”, uma folia de Bom Jesus, mas
acabou aparecendo o rap "Andei, Andei", inspirado em um livro do Sinval
Medina; ah, tem a incrível história dos gêmeos Pedro e Paulo, além de
Round Midnight, com viola de cocho e baixo acústico. Só ouvindo.
Em 2004 fui convidado pela Orquestra Sinfônica de Campinas, junto
com o violeiro Ivan Vilela, para 2 apresentações de viola e orquestra.
Os arranjos de nossas composições e clássicos da música caipira foram de
Renato Keffi (lindos!) e a regência do maestro Cláudio Cruz. Depois de
um certo nervosismo de ver a viola junto com aquele mundo de
instrumento, foi bem emocionante tocar com a orquestra.
Em 2004 e 2005 produzi, junto com meu irmão Tuco, o CD “Vida de Artista”,
de nosso pai, Roberto Freire. Chamamos os amigos para participar e foi
uma alegria. O amor com que todos participaram do projeto, nos fez
apostar ainda mais em sua beleza.
Na mesma época acompanhei a gravação do novo CD da Ana Salvagni: “Avarandado”.
Fiz alguns arranjos e toquei a violinha. E mais, enquanto a Ana
gravava, fiquei correndo atrás dos meninos. A Ana produziu e cercou-se
de grandes músicos (fora o violeiro mais ou menos), e o CD ficou lindo.
Meu amigo Roberto Moreno jogou a isca e eu caí direitinho.
Convidou-me para escrever um blog no UOL. No começo fiquei desconfiado
desse tar de brógui, mas depois achei bão demais. Dá só uma olhada:
paulofreireblog.zip.net
Junto ao inseparável Roberto Corrêa, fizemos a consultoria para o
livro "Viola Instrumental Brasileira", de Andréa Carneiro de Souza, com
partituras e CD dos mestres violeiros do Brasil. A Andréa viajou o
Brasil inteiro, gravou os mestres com seus toques ancestrais, aí fizemos
a seleção que resultou neste trabalho fundamental. É material de estudo
e fonte de muitas belezas.
Em 2006 fui convidado pelo programa “Globo Rural” para participar
da série “Tropeiros”. Cheguei lá com a violinha e foram me dizendo:
“pode guardar a viola, você vai de ator, quer dizer, contador de
causo...”. Fiquei preocupado e achei que não ia dar certo. Mas como sou
fã do programa e das pessoas que o fazem, fui na conversa deles. Quando
vi, estava vestido de Firmino, decorando texto montado em cima de uma
mula. Só vendo... Cês viram?
Criei a trilha sonora para o espetáculo de dança “Relevo”, da
Confraria da Dança, aqui em Campinas. Foi muito estimulante tocar a
violinha a partir dos movimentos e depois ir se ajeitando na concepção
do espetáculo.
Produzi o CD “Urucuia”, de Manoel de Oliveira, meu mestre de viola.
Fizemos alguns shows de lançamento pelo Brasil.
Achei que ficou bonito demais. Ele tem uma delicadeza
junto com força da natureza ponteando sua violinha
que é uma maravilha. Estamos gravando um CD novo
para ser lançado em 2014.
Em 2007 lancei o CD “Redemoinho”. Onze músicas instrumentais
e um causo, tudo inédito. Com uma formação muito legal:
violoncelo, sax, flauta, baixo e percussão. Fiquei animado
com o menino!
De tanto contar história para as crianças
e adotar seus preciosos palpites, escrevi o livro infantil “O Céu das
Crianças”. Fiz um show sobre o tema e lancei, pela Companhia das
Letrinhas, em 2008.
Minha amiga Myriam Taubkin, dez anos depois de ter produzido a
série “Violeiros do Brasil”, com CD e programas transmitidos pela TV
Cultura, lançou em 2008 um livro e DVD com estes mesmos violeiros.
Esteve na cada de cada um deles, conversou e filmou um bocado e o
resultado foi maravilhoso. Temos feito alguns shows dos Violeiros, com
produção impecável e diversão garantida.
Tive a imensa honra de ser convidado pela produção do “Viola
minha Viola”, para fazer a trilha de abertura do programa. Já está no
ar. Tudo que envolve a Inezita Barroso, vou correndo fazer, pela
fundamental importância que ela tem para a cultura brasileira. Eta
programa que eu gosto!
No final de 2008 montamos o musical “Pedro Paulo”, com o Centro
Experimental de Música, do SESC Consolação. Desde que conheci a história
dos gêmeos voadores, quis fazer este espetáculo. Com a parceria do SESC
e a atuação de todos os alunos do CEM, foi uma experiência incrível.
Brinquei de ser ator, trabalhamos um bocado e transbordamos de alegria.
Passei os anos de 2008 e 2009 preparando o “Nuá – as
músicas dos mitos brasileiros”. Fizemos uma turnê de
lançamento boa demais. Encontrar e conviver com os mitos,
levar os arranjadores para conhecer, topar com o acontecido
e se aprofundar, chamar os músicos, escrever os causos...
Só lendo e ouvindo. Vão ouvindo!
No final de 2010 lancei o livro “Jurupari”,
um romance violeiro e mitológico, com o pé
na estrada. “Jurupari” conta a história
de um violeiro em formação cruzando o
Brasil a pé, de ônibus, barco, caminhão
- de tudo quanto é jeito -, sendo guiado pelos
mitos, pela música e pela descoberta do amor.
Se puder contar com a companhia de vocês na descoberta
do Jurupari vai ser um prazer sem tamanho.
E juntamente com Roberto Corrêa, somos os curadores do projeto
“Voa Viola”, um festival nacional de viola, com premiações, shows pelo
Brasil e uma Rede Social que é uma maravilha. Visitem www.voaviola.com.br.
O grande acontecimento de 2010 foi o prêmio que a patroa,
Ana Salvagni, ganhou com o CD “Alma Cabocla”. Foi o
melhor CD, categoria regional, do Prêmio Vale de Música
Brasileira. Nós dois no Teatro Municipal do Rio, chique
demais, a hora que anunciaram o nome da Ana, só não
pulei da cadeira pra não dar vexame. Viva!
Com o Jazz Combo, de Tatuí, sob a direção do Paulo
Flores, montamos o espetáculo “Nuá”, adaptando os arranjos
para a formação do Combo. Foi uma grande alegria, esse
povo de Tatuí é forte absurdo.
Em 2012 lançamos a segunda edição
do Voa Viola, Festival Nacional de Viola. Roberto Corrêa
e eu fomos os curadores, a coordenação
geral do projeto é da Juliana Saenger. O Festival
que conta com premiações, Rede Social,
shows pelo Brasil, foi fundamental para este belo movimento
violeiro.
Cada vez mais ligado às contações de história,
em 2010 e 2012, participei do “Boca do Céu
– Encontro Internacional de Contadores de História”,
em São Paulo; e do “Simpósio Internacional
de Contadores de História”, no Rio de janeiro.
Toquei viola na trilha para o espetáculo “Sem
Mim”, do Grupo “Corpo”.
Viajei um bocado pelo Brasil com shows e oficinas.
É só ficar de olho aqui na agenda do site,
e em minha página do facebook, que vou colocando
as novidades.
Em 2012 comecei a planejar o CD “Alto Grande”.
Ensaiei com os músicos, trabalhamos nos arranjos,
num processo divertido e carinhoso. No primeiro semestre
de 2013 finalizamos o menino. E agora, setembro de 2013,
temos o lançamento do “Alto Grande”.
Fiquei muito feliz com o resultado. Tomara que vocês
gostem!
Me apaixonei pela viola pois é um instrumento
que convive com diferentes profundidades. Só
ouvindo.
Vai ouvindo... Vai ouvindo.
Vai Ouvindo é um disco diferente. Tem um tanto de novidades que só vendo.
Diversas situações da vida brasileira são mostradas: a história de
Pedro e Paulo - os gêmeos que viraram passarinho, o bombardeio em
Canudos, a poesia de João Pacífico, a genialidade de Zé Limeira - o
poeta do absurdo, além de uma versão surpreendente para “Round
Midnight”, de Thelonius Monk, ponteado na viola de cocho e no baixo
acústico.
Com muitas referências literárias, criei canções e histórias inéditas
especialmente para o CD. Em algumas faixas a viola vem ligada a pedais
de efeito, criando possibilidades surpreendentes para o som mágico do
instrumento.
Em um artigo para a revista “Caros Amigos” escrevi que para este novo
trabalho - “o sertão tem que virar mar e o mar virar sertão. É
necessário aumentar o volume e adaptar nossos instrumentos para isso. A
viola que remete aos passarinhos, ao rio correndo, tem também que trazer
um sol a pino no cerrado e a força de Canudos. Percebi que o som da
viola, que traz uma contemplação, a transformação da natureza em música,
precisa entrar rasgando no ouvido do cidadão e mostrar para ele a
beleza do mandacaru e a resistência da flor espinhuda”.
Os inseparáveis Adriano Busko, na percussão, e Tuco Freire, no
contrabaixo, fizeram o CD comigo. Fomos montando o repertório,
experimentando arranjos em ensaios e apresentações, sempre com um grande
prazer em tocar juntos.
No repertório tem lundu, jazz, uma folia de Bom Jesus da Lapa, causos e até um rap de viola.
A cantora Ana Salvagni faz uma participação especial.
Paulo Freire.
Andei, Andei
Paulo Freire
Round Midnight
Thelonius Monk - Cootie Williams - Bernie Hanighen
Pedro Paulo
Paulo Freire - Augusto Borges
Cadeira, Mulata
domínio público - adaptação Paulo Freire
Bom Jesus da Lapa
domínio público - adaptação Paulo Freire
Cor de Saudade
Paulo Freire - poema de João Pacífico
Laurita
Paulo Freire
Tudo do Mundo
Paulo Freire - Augusto Borges
Solta o Sapo
Paulo Freire
Diz o Novo Testamento
Zé Limeira
Seca
Paulo Freire
Antônio Conselheiro
Paulo Freire - Manoel de Oliveira
Hino à Proclamação da República
Leopoldo Miguez - Medeiros de Albuquerque
Exelente album!
*se vc gostou compre o riginal, vamos valorizar a obra do artista.
DOWNLOAD: copie
https://mega.nz/#!74gnla7J!qdvKwdrlmktqvGj_6pEeJL-VtcHqYqHh6AjxEW4QtdA
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