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domingo, 26 de abril de 2020

KHADHU CAPANEMA - INVERNO MINEIRO

Com 25 anos  à frente da banda Cartoon (fundada em 1995) Khadhu Capanema lançou em 2018 seu primeiro disco solo.
Escrito entre os anos de 2016 e 2017, o disco é marcado por referências da música mineira principalmente, mas com pitadas de folk inglês, mpb e rock. A sonoridade é centrada no som do violão e dos instrumentos acústicos.
Mas a ideia de gravar o álbum solo surgiu bem antes. “Ao longo da carreira com o Cartoon, sempre acabava fazendo composições que, muitas vezes, não entravam no repertório ou por serem diferentes do estilo ou por não estar no momento certo e acabavam ficando para trás. Fui acumulando essas músicas pensando ‘um dia vou poder me dedicar a elas’. Mas, como o Cartoon estava sempre em algum projeto, acabava tomando muito do meu tempo e nunca deu para encarar, de fato, esse desafio. Até que chegou num ponto crítico e acabou se tornando uma necessidade para mim, como músico, dar vazão a esse lado criativo”, conta Khadhu.
Em agosto de 2015, depois de fazer uma turnê de um mês nos Estados Unidos com o Cartoon, Khadhu sentiu saudades de casa e um forte apreço por Minas Gerais começou a tomar conta do músico. “Este sentimento cresceu ainda mais quando, naquele inverno, visitei com a minha família lugares que fazem parte da minha história como a cidade de Ouro Branco e a Serra do Cipó. Um ano depois, no inverno de 2016, recebemos em Belo Horizonte os amigos americanos que nos acolheram em seu país e, enquanto mostrava para eles a capital e outras cidades mineiras, fui novamente invadido por um profundo sentimento de amor por Minas. Percebi que, embora vivesse em um lugar tão bonito e acolhedor, não reparava nisso em meu dia a dia e foi necessário mostrar a outros as belezas daqui para que eu mesmo enxergasse, de verdade, o quanto eu as amava”, explica o músico.
Foi nesse período que surgiram a maioria das canções do novo disco, que falam “de Minas, da minha história e, sobretudo, da esperança de ver de novo um mundo onde as pessoas tenham tempo para realmente ver, ouvir e sentir as boas coisas que nos cercam; nossa terra, nossa música, nosso povo e a natureza”, comenta.
Inverno Mineiro
O nome do disco, “Inverno Mineiro” surgiu por vários motivos. Um deles é porque é também o nome de uma das canções do novo álbum: “Passeando um dia na Fazenda Serra Verde, me veio a ideia dessa música. Quando comecei a cantarolar, a letra apareceu já falando das características daquele dia de inverno, como o céu super azul, o vento frio, um sol quente, dias bonitos, enfim. Outro motivo é que compus a maioria das canções do disco no inverno dos anos de 2016 e 2017”, explica Khadhu.
O álbum também foi gravado, mixado e  foi lançado no inverno de 2018, o que aumenta ainda mais a relação do mesmo com essa época do ano. “O inverno tem seu charme, né? E também o sentido simbólico do inverno como um período difícil a ser desbravado. No passado, muito se falava em um ‘longo e tenebroso inverno’, um período em que se produzia menos, uma época mais difícil e acho que isso corresponde também ao momento que estamos vivendo, de falta de esperança, falta de valorização da cultura, de coisas básicas do ser humano. Por isso, a minha ideia foi apresentar canções positivas, com uma energia boa que nos ajude a atravessar este ‘longo inverno’ que assola nosso país”, completa.
Para Khadhu Capanema, o disco traz uma mensagem de esperança. “Eu tinha a possibilidade de falar dos problemas, de criticar as pessoas e as coisas ou de simplesmente falar de como eu gostaria que as coisas fossem e optei por isso. Ao invés de criticar ou falar de coisas ruins, preferi enfatizar as coisas boas, mesmo que elas não estejam acontecendo como eu gostaria nesse momento”.
O músico explica, ainda, que “pode parecer meio ingênuo ou alienado em alguns momentos, mas essa foi a intenção mesmo, falar das belezas, das esperanças e das coisas que acredito que estão fazendo falta no mundo agora”.
Experiências musicais
Além de comandar os vocais do Cartoon, Khadhu Capanema também faz parte de projetos como a Orquestra Mineira de Rock – que reúne em um concerto as bandas Cartoon, Cálix e Somba -, e Fractal Orchestra, que se volta muito para música brasileira, o que, é claro, muito no resultado do disco solo.
“O Cartoon foi minha escola da vida inteira, foi onde eu aprendi tudo, me desenvolvi como compositor, produtor e arranjador. Inclusive, a experiência do último disco da banda, “V”, foi muito importante para que eu chegasse no som do disco que estou lançando. Ele já vinha com essa proposta de ser mais folk, mais acústico e eu também segui nessa linha com o meu disco solo, que é muito baseado no violão, nas canções violão e voz”, conta.
Algumas músicas são “vestidas por um arranjo mais sofisticado, mas continuam sendo simples para se tocar no violão e cantar. Isso tudo veio muito do que fizemos no ‘V’ e teve grande influência no Inverno Mineiro”.

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CANTO SAGRADO

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