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domingo, 26 de abril de 2020

CARTOON - UNBEATABLE

A predominância de bandas retrô é de 70% de bandas com sonoridade baseada nos anos 80, mas é legal ver muitas preferindo ir beber na fonte dos anos 70, resgatando também os melhores aspectos da época e trazendo para o presente. Isso também é uma contribuição muito importante, e nisso, o quarteto mineiro CARTOON é um especialista. E em "Unbeatable", vemos a banda provar mais uma vez que não estão nessa vida e na estrada por longos 25 anos por um mero acaso.

Por mais que o som realmente relembre o auge dos anos 70, com grande influência de bandas dos anos 70 a pegada pessoal do quarteto é algo sensível, e que nossos ouvidos podem captar prontamente. Ótimos vocais, guitarras com belo trabalho em bases e solos, baixo firme na marcação e esbanjando uma técnica bem bluesy/jazzística, bateria com peso e sabendo não só guiar os andamentos, mas também exibindo ótima técnica pessoal. Só que o uso de esraj (instrumento de cordas hindu), cítara, harmônica, violoncelo, pianos, flauta e sintetizadores realmente dá um tempero todo especial e particular à sonoridade, e a psicodelia permeia o trabalho do início ao fim. Esqueçam rótulos e ouçam!

A produção de Khadhu Capanema e Tomás Alem deixou o disco bem limpo, e apesar de conservar aquela sonoridade típica dos anos 70, a qualidade sonora é muito sensível, já que cada instrumento soa pesado e intenso, mas ao mesmo tempo, bem claro ao ponto de cada um deles pode ser ouvido separadamente. E a escolha de timbres foi muito boa. E o trabalho de de Vitor Maciel no design realmente deu um toque de "virada dos 60 para os 70", usando apenas fotos da banda.

"Unbeatable" é um disco grandioso, com músicas muito bem pensadas, arranjos perfeitos e nos lugares certo, e o melhor de tudo: fogem de qualquer ponto comum, aparentando que ouvimos uma banda dos anos 60 ou 70. Qualquer um iria duvidar (se não percebesse a qualidade sonora do disco) que o grupo realmente não seria confundido na época com quer que fosse. Outro ponto forte é que o quarteto não lança mão de músicas extremamente longas, e assim, ganham o ouvinte de vez (e bem rapidamente, já que "Unbeatable" é um disco ganchudo demais, bem acessível ao grande público).

Melhores momentos: a inteligente e psicodélica "Down on the Road Ahead" (que belíssimo arranjo no Hammond e vocais excelentes), a progressiva "The Golden Chariot" (mais uma com bela sonoridade do Hammond, só que aqui, baixo e bateria roubam a cena com uma técnica providencial), a linda e bem acabada "Until I Found You" que começa mais intimista e vira uma autêntica viagem de psicodelia e bom gosto (os vocais dão um show, e digo "bem acabada" no sentido que essa canção não tem nada que precise ser acrescentado, e nada pode ser retirado dela, além de um lindo solo de guitarra e um arranjo de piano muito bem postado), a maravilhosa "Promises", "Lazarus' Feet" e seu forte toque de Rock Progressivo (Hammond e backing vocals muito bem arranjados, que lembram bastante o trabalho do QUEEN nos anos 70), a dinâmica e totalmente progressiva "Time is Running" (remete diretamente ao bom e velho JETHRO TULL, sem ser uma cópia, muito longe disso), e a fenomenal "On the Judgement Day" (muita, mas muita psicodelia. Quase nos sentimos no Festival de Woodstock se fecharmos os olhos, com arranjos fortes de guitarras e bateria, fora um refrão ótimo).
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