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sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

CEUMAR - ESPIRAL

Há quase 25 anos, a cantora, compositora e instrumentista mineira Ceumar deixou a terra natal, Itanhandu, no Sul do estado, e foi se aventurar pelo mundo. Primeiro, mudou-se para São Paulo, depois morou na Holanda e decidiu voltar para a capital paulista. Mas Minas permanece na vida dela. “Tenho irmãs e sobrinhas em Itanhandu, além de manter uma casinha lá. Apesar de viver tanto tempo fora rodando vários lugares com meus shows, ainda preservo muita coisa daí. Consigo identificar em todos os meus discos a sonoridade mineira, que é tão rica. Minas Gerais não sai da gente”, destaca.

Não poderia ser diferente com Espiral, seu novo disco, que traz 11 faixas inéditas. Ele acaba de chegar às plataformas digitais e também será lançado em CD e vinil. “Durante os ensaios, a gente sentia a vibração do Clube da Esquina, seja nos arranjos ou no jeito de tocar violão, além de outras referências mineiras”, revela.
O diretor musical do projeto, aliás, é de Minas: o cantor e compositor diamantinense César Lacerda, também radicado em São Paulo. Os dois já haviam se esbarrado algumas vezes. Inclusive, chegaram a cantar juntos. Certo dia, César quis saber se Ceumar preparava alguma novidade. “Isso tem um ano. À medida que ia mostrando a ele, César foi me dando o feedback. Foi um processo lento, porque, como mineira, gosto de fazer as coisas com calma, sem pressa”, revela.
 
César Lacerda foi fundamental para nortear o projeto. “Direção artística é algo muito amplo, passa por todos os níveis. Mas ele é muito cuidadoso, dedicado, sabe o que está fazendo. O mais bacana é que me acompanhou não apenas no processo musical, mas na escolha do figurino, das fotos. Fomos à 25 de Março escolher os tecidos que eu iria usar”, comenta Ceumar, aos risos, referindo-se à famosa rua do comércio paulistano.

Mesmo da Europa, onde se apresenta desde agosto, César Lacerda vem auxiliando a cantora nos detalhes da turnê, que começa no próximo fim de semana. “Ele é atento a tudo. É importante ter esse outro olhar, pois muitas vezes a gente não percebe algumas coisas”, diz ela.

MOVIMENTO

Espiral celebra os 20 anos de carreira e 50 de vida de Ceumar. O marco inicial foi o lançamento do disco Dindinha, em 1999. De acordo com o Dicionário de símbolos, de Jean Chevalier e Alain Gheerbrant, essa palavra “evoca o sentido da evolução de uma força, de um estado; simboliza desenvolvimento, continuidade cíclica, mas em progresso, rotação criacional”.
 
O nome do disco vem da canção composta por Ceumar e César. “Quando a música ficou pronta, me veio a ideia da espiral. Mais do que a palavra, o conceito é que estava forte. A questão do movimento contínuo, das vidas passadas e futuras. Tinha muito a ver com o que eu queria dizer com esse trabalho. Logo depois, deparei com um samba do Criolo (Espiral de ilusão), que acabei regravando, tendo a Josyara tocando violão”, comenta.
 
O que não faltam são convidados mais do que especiais. Tô aqui, faixa de abertura, foi criada especialmente por Sérgio Pererê para o projeto. Outro mineiro é Lauro Henriques Jr., parceiro de Ceumar em Descalço e Amanheceu. Ainda tem Déa Trancoso e Cátia de França (que recitam, respectivamente, o trecho de um livro e de uma canção) em Todas as vidas do mundo, de PC Silva. Uma das preciosidades do disco é o piano de Nelson Ayres em O sal de seus olhos, composição de Ceumar.

FILHO

A participação afetiva fica por conta de Tiê Coelho Todão, de 22 anos, filho da artista, que canta, toca e compôs Looking for a place. “Ele fez essa música aos 15 anos. Não é músico profissional, é designer, mas sempre gostou de cantar e tocar. Foi a primeira vez que meu filhou gravou no estúdio. Ficou lindo, uma coisa meio espiritual. Fechou bem a ideia da espiral, da continuidade”, conta ela.
 
Vc pode acessar Ceumar nas principais plataformas digitais e também no faceboock 
Se vc gostou adquira o original valorize a obra do artista.
 
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