Roberto Corrêa é um dos maiores violeiros do Brasil, natural de Campina Verde MG mas radicado no planalto central já algum tempo. Não só pela qualidade como instrumentista, mas pela amplitude que deu à arte de tocar a viola caipira, o mais antigo e popular instrumento do País. Debruçou-se no estudo do instrumento por anos. Escreveu o historiográfico e cifrado livro sobre "A Arte de Pontear Viola", o que acabou lhe rendendo a alcunha de "erudito da viola caipira".
Anos depois do trato áfono com a viola, apenas compondo e tocando, ele resolveu assumir a cantoria neste décimo disco de carreira Extremosa-Rosa (Viola Corrêa). "Na verdade, eu canto desde o início da carreira, apenas nos meus concertos. Até gravei um LP cantado, em 1989, mas achei o resultado mediano. Continuei aprimorando esse lado e acho que agora encontrei minha expressão vocal. Mas não sou cantor, sou cantador de viola no peito", teoriza Roberto, que estudou canto para aprumar a voz.
Além de cantar em oito das 15 músicas do disco, Roberto inova acrescentando o baixista Alex Queiroz e o rabequeiro Siba, do Mestre Ambrósio, à sua sonoridade. "Eles tiveram total liberdade para as intervenções", diz. O repertório traz músicas clássicas do cancioneiro caipira e dez composições de Roberto, algumas com poesia, outra faceta desconhecida do violeiro até então.
"Isso aconteceu de maneira muito curiosa há cinco anos, quando me refugiei no litoral do Rio Grande do Norte. Viajei sem a viola e comecei a rabiscar uns versos na areia mesmo, acabei dando vazão a coisas que sentia e não via no trabalho dos meus parceiros", comenta um mineiro ambientado entre as raízes culturais do cerrado e a modernidade de Brasília. Ele confessa que não gostou de praia. Voltou antes do previsto.
Roberto Corrêa começou a apresentar o disco em show pelo Teatro Nacional de Brasília. Segue fazendo shows pelo Centro-Oeste levando apenas o baixista Alex. Siba, informa Roberto, trabalha o próximo disco de sua banda. "Estamos programando para julho uma apresentação conjunta", adianta. Nova turnê internacional, para 2003, também está nos planos.
CRÍTICA
Disco marca nova fase. Roberto Côrrea difundiu usos e costumes das várias formas da viola caipira brasileira como instrumento solista, em especial a de cocho e de arame. "Extremosa-Rosa" revela um novo esforço: o de mostrar o "cantador" que há por trás do virtuose. De quebra, busca expandir público para além dos iniciados no universo instrumental.
Para isso, vale-se da economia nas afinações (usa apenas cebolão em ré na viola caipira e o canotio na de cocho) e busca amparo no contrabaixo acústico e na rabeca na formação de uma cama sonora para variação de temas. Um achado. E os temas são vários, como de sempre em sua carreira. O disco é conceitual, dos arranjos à capa.
Os arranjos passeiam por modinha (clássica Viola Quebrada, de Mário de Andrade), toada (Chapadão, Goiá/S.Rocha), pagode-de-viola (Chora Viola, Tião Carrero/Lourival Santos) e suas inspiradas composições solo (faixa título), entre outras. O canto do violeiro nem sempre empolga mas encaixa-se bem à sintaxe do dedilhado cirúrgico.
texto https://www.cartamaior.com.br
EXTREMO-ROSA
Gravadora: Viola Corrêa
(compra por e-mail:vc@violacorrea.com.br ou tel. (61) 445 2646).
Recomendo !!!!
Se vc gostou adquiri o original valorize a obra do artista.
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CANTO SAGRADO
https://barulhodeagua.com/2018/02/01/1021-cinco-albuns-da-rica-discografia-de-roberto-correa-mg-df-ja-podem-ser-ouvidos-em-plataformas-digitais/
ResponderExcluirMARAVILHA MARCELINO EU CONFERIR NA SUA RESENHA DO BARULHO.
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