Simplicidade mineira no som da viola caipira.
Estive este final de semana em Glaura, distrito de Ouro Preto, lugar de eximia beleza, conheci uma pessoa muito especial, cheio de magia um protetor da natureza, me presenteou com esse belíssimo disco, lugar mágico, pessoas mágicas, desfrute cada acorde........
Deixo meu agradecimento e um grande abraço ao "LOBO" Delamontag´ne.
(Daniel)
Estive este final de semana em Glaura, distrito de Ouro Preto, lugar de eximia beleza, conheci uma pessoa muito especial, cheio de magia um protetor da natureza, me presenteou com esse belíssimo disco, lugar mágico, pessoas mágicas, desfrute cada acorde........
Deixo meu agradecimento e um grande abraço ao "LOBO" Delamontag´ne.
(Daniel)
Álbum de estreia do compositor mineiro reúne canções instrumentais feitas no mato
Foram semanas isolado do caos urbano, ouvindo apenas o silêncio do mato
para testar as infinitas afinações de suas violas. É nesse ritmo manso,
de quem não tem pressa para escolher os melhores acordes e notas, que o
cantor e compositor Roberto Zara, 53, reuniu inspiração para lançar seu
primeiro álbum, “Roberto Zara - Instrumental”. Com dez faixas, o disco é
uma ode à cultura de Minas Gerais, repleto de arranjos de cordas que
remetem à natureza, sons de pássaros e cachoeiras, além de outras
simplicidades que se escondem atrás das tradicionais montanhas mineiras.
Com quase 35 anos de carreira, Roberto Zara participou de dezenas de
bandas na década de 70, como a Favo de Mel, ao lado de Claudio
Venturini, Ronaldo Venturini, Julio Venturini e Elldon Moreira, além de
trabalhar com produção musical em diversos estúdios da capital mineira,
como o Bemol, Ferretti, 108 e REC. Só agora, porém, ele decidiu lançar o
primeiro disco solo, após acumular décadas de experiência. “Fui
acumulando durante a carreira aspectos da MPB, da bossa nova, Clube da
Esquina etc. E só agora eu tive a vontade de colocar um som genuíno de
Minas Gerais em um álbum com a minha personalidade”, diz o músico.
Se tivesse que escolher uma definição para todo o disco, talvez Roberto
Zara escolhesse a palavra paciência. Afinal, foram três anos de idas e
vindas até a Serra do Cipó, onde ele se recolheu nos povoados de Lapinha
da Serra e São José da Serra, desde 2011, para meditar, arranhar seu
violão, comer broa de fubá com café e bater papo à toa. “Eu passava o
dia testando afinações do bandolim em mi e de uma viola em sol,
compondo, rearranjando numa paz total e um clima muito mineiro. Guardei
as músicas compostas lá e agora achei que elas estavam maduras para
serem gravadas”, diz.
Apesar de um processo longo de composição, “Roberto Zara -
Instrumental” foi gravado em apenas quatro dias, no estúdio Celsom, no
Prado, de forma totalmente analógica (“o instrumento precisa ser captado
à moda antiga para soar como algo genuíno de Minas, não adianta fazer
diferente com viola”, justifica o compositor em meio a risos).
Multi-instrumentista, Roberto Zara gravou as violas de 10 e 12 cordas,
bandolim e mandolim (variação italiana do bandolim), além dos violões de
aço e nylon. Os outros instrumentos que dão corpo às canções do disco –
órgão, violino, violoncelo e flauta transversal – foram todos gravados
no teclado pelo maestro e parceiro, Celso Ramos. “Eu quis usar
essencialmente a viola e o bandolim neste trabalho porque representam a
raiz e a essência de Minas Gerais. Os outros instrumentos são
complementares e, apesar de serem clássicos, mantiveram a pegada popular
do disco que eu queria”, diz.
Entre algumas das principais canções do álbum, chama atenção a moda de
viola “Enganoso Coração”, com arranjo suave em que predominam a viola
caipira, o contrabaixo acústico e um bandolim marcante. Destaque também
para “Maçãs e Passarinhos”, composta em parceria com o músico Gerdeson
Mourão, que faz praticamente uma reflexão sobre o canto dos pássaros e o
silêncio do meio do mato.
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