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segunda-feira, 24 de agosto de 2020

HUGO BRANQUINHO - EMBRIÃO


O compositor, instrumentista e cantor Hugo Branquinho lançou embrião, seu primeiro CD. É um trabalho autoral independente (www.soleiraproducoes.com) no qual gravou onze canções: três só dele; seis com Thales Mendonça – sendo que uma delas tem na parceria Heitor Branquinho (irmão de Hugo e coprodutor do álbum) –, uma com Enrique Aue e outra com Rafael Guerche.

Branquinho fez de seu disco um diário de bordo. Como letrista, seus sonhos e ideais musicais latejam em cada verso, expondo sua intimidade com a clareza de um azul outonal nos céus da sua Três Pontas, nas Minas Gerais. Para expressá-los, vale-se de seu maior trunfo: o timbre de sua voz, que quase se equivale ao de uma voz feminina. Tão belo é o seu, que surpreende pela estabilidade dada às notas.

Sua afinação mostra um intérprete privilegiado. Se ele já canta assim agora... dá gosto imaginar que sua voz ainda poderá se polir e amadurecer. Até onde pode ir o cantar de Hugo Branquinho? Meu Deus!

Suas canções são tranquilas, sossegadas, transmitindo uma paz que vem das montanhas de Minas e da forma mineira de se declarar a alguém ou a alguma coisa. Assim acontece principalmente em suas parcerias com Thales Mendonça, que de todos é o que mais se identifica com o universo da personalidade de Hugo (ainda que entre os seus parceiros esteja seu irmão Heitor) e nela mergulha com a necessária delicadeza.

A irmandade mineira floresce em embrião, manifestando-se na participação afetuosa e comovente de Milton Nascimento. Ele canta “Antônio” (Hugo Branquinho), música feita por Hugo para seu filho. Com um olhar tão expressivo quanto cativante, uma foto do menininho floresce em duas páginas do encarte. Milton se entrega amorosamente à interpretação. Em duo com Branquinho, faz um breve cânone nos versos que chamam pelo que vai nascer: Venha, Antônio/ Pois colo não vai faltar/ Venha, Antônio/ Que dengo vai até sobrar. Com o andamento agora acelerado, contrastando com a maciez do início, os dois se dão a vocalizes e levam a canção ao final.

Outra bela faixa é a que tem os irmãos Hugo e Heitor juntos, cantando “Aguar”, a parceria deles com Thales Mendonça. Violão (Heitor Branquinho) e bandolim (Deni Domenico) conduzem a melodia. A percussão (Emílio Martins) capricha na levada. Hugo e Heitor cantam juntos: Me apego tão facilmente/ Se sinto leveza no ar/ Para que se brote a semente/ Também é preciso aguar.

No disco, sem se prender a gênero musical específico, Hugo Branquinho escolheu um repertório que bem lhe canta o jeitão. Para tocá-lo, além dos que já foram citados, tem Thiago “Big” Rabello (bateria), Débora Gurgel (piano e teclado), Heitor Branquinho (contrabaixo e violões), Raul Coutinho (guitarra e viola) e Willian dos Santos (acordeom). Esta formação instrumental, seca, desempanada, lembra em tudo a desafetação das tradições das Gerais.

E assim nasce mais um promissor compositor/cantor vindo de uma terra que exala música pela alma: Minas Gerais.
(jornal o povo)

Se vc gostou compre o original valorize a obra do artista.

Excelente !!!
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CANTO SAGRADO

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